sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

O ofício de deputado

A relutância e até mesmo a hostilidade com que os socialistas ouviram um dos seus dirigentes defender a redução do número de deputados de 230 para 180, revela bem o estado a que isto chegou, o alastramento da cegueira política e os caminhos tortuosos por que nos conduzem.
Esta reacção mostra como o clientelismo se tornou num problema gravíssimo e transversal à sociedade portuguesa, de que nem o próprio Parlamento se livra.
Será que não entendem que temos deputados a mais e que precisamos de uma nova lei eleitoral que identifique e aproxime o eleito do eleitor?
Será que não percebem que estamos fartos de deputados “perpétuos”, cuja principal virtude é a fidelidade ao partido a qualquer preço?
Será que não vêem que, salvo uma ou outra excepção, nunca os deputados tinham tido um emprego tão bem remunerado nas suas vidas?
Será que sabem que a generalidade dos deputados nunca teve uma profissão ou um emprego, desconhecendo objectivamente que a sua função é servir e não servir-se?
Será que não vêem que estamos cada vez mais cansados desta farsa?

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