sábado, 19 de março de 2011

Todos à rasca

A situação económico-financeira portuguesa tem-se deteriorado ao longo dos últimos anos e as principais variáveis dessa realidade são o défice público, a dívida externa e o crescimento económico.
Porém, não é necessário conhecer os respectivos indicadores para percebermos como as coisas estão porque, como escreveu Sophia, “vemos, ouvimos e lemos, não podemos ignorar”.
Quanto ao Estado, todos sabemos como se gasta “à tripa forra” e todos conhecemos situações de despesismo, tráfico de influências, clientelismo, favorecimento, corrupção e incompetência. É chocante ver como muitos dos seus agentes abdicaram do dever do serviço público. Estão lá de pedra e cal. Servem-se e governam-se.
Quanto às Famílias, também conhecemos como vivem e como se queixam, apesar de muito novo-riquismo, dos carros novos, das viagens de férias para destinos exóticos, dos consumos supérfluos, do endividamento e de tantos casos de surpreendente enriquecimento.
A situação tem-se degradado continuadamente e as desigualdades sociais acentuam-se. A classe política anda muito distraída nas suas discussões redondas e estéreis. Os seus interesses e egoísmos têm bloqueado as respostas necessárias, que implicam sempre menos despesa e mais poupança do Estado e das Famílias. Ora isso representa a necessidade de mudar de vida. E, aparentemente, nem o Estado, nem as Famílias, querem mudar de vida. E reagem.
À classe política e aos seus agentes há que exigir bons exemplos e boas práticas. A arte para mobilizar os portugueses. A coragem para travar os exageros. A humildade para servirem o país. O imperativo para pensarem no que nos une e para desvalorizarem aquilo que nos separa. Consensos. Acordos. Coligações. Acção convergente e comum. É que o momento é muito grave.
Por isso, como titulava a Visão, os grandes protagonistas da nossa vida política estão “todos à rasca”.

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