terça-feira, 24 de maio de 2011

A mais perigosa fronteira do mundo

A última edição do The Economist destaca como tema de primeira página as difíceis relações entre a Índia e o Paquistão, cuja “rivalidade ameaça o mundo”. O título escolhido - “The world's most dangerous border” - tem sido utilizado com alguma frequência pela imprensa internacional para caracterizar a tensão existente ao longo de cerca de 500 quilómetros da fronteira indo-paquistanesa. Creio que a expressão terá sido usada pela primeira vez pelo Presidente Bill Clinton, quando em Março de 2000 visitou aquela região, embora depois tivesse sido utilizada em referência a outras regiões, como por exemplo a fronteira entre as duas Coreias.
A fronteira entre a Índia e o Paquistão na região da Caxemira (conhecida por Line of Control ou LoC), foi definida em 1947 quando a Índia Inglesa se tornou independente e deu origem à formação de dois Estados – o Paquistão (muçulmano) e a União Indiana (hindu). Essa partilha foi muito conflituosa e sangrenta devido ao fanatismo religioso das duas partes, tendo causado centenas de milhares de mortos e, depois, três brutais guerras.
Entre os dois países existe uma rivalidade histórica e religiosa, que alimenta uma tensão permanente: do lado paquistanês estão 550 mil soldados, enquanto do lado indiano estão um milhão e cem mil soldados, mas ambos possuem armas nucleares. Esta tensão não é apenas uma ameaça à paz na região e no mundo, mas favorece também a actividade de várias organizações terroristas, como a global Al Qaeda e a Lashkar-e-Taiba (LeT), que tem conduzido acções terroristas na Índia.
Por isso, a comunidade internacional deverá procurar acalmar a tensão entre a Índia e o Paquistão e, dessa forma, contribuir para reduzir o risco do terrorismo.

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