sábado, 30 de julho de 2011

O teatro popular está vivo

A Barraca é um grupo de teatro fundado em 1976, cujo repertório assenta essencialmente em temas da história e da cultura portuguesas e que, desde a sua criação, já apresentou quase uma centena de peças. Desde 1989 que, através de um protocolo assinado com a CML, o grupo está instalado no espaço Cinearte, no Largo de Santos, em Lisboa.
A Barraca tem agora em cena “D. Maria, a Louca” , uma peça do autor brasileiro António Cunha, cujo tempo dramatúrgico se localiza nas 48 horas que antecederam o desembarque da Rainha Dona Maria I no Rio de Janeiro e dos seus receios, nomeadamente por ter sido ela quem assinou a sentença de morte de Tiradentes, o homem que lutou em armas pela independência de Minas Gerais.
A Rainha saíra de Lisboa com o Príncipe Regente, futuro D. João VI, em Novembro de 1807, algumas horas antes da entrada na cidade das tropas napoleónicas.
A peça revela o estado de demência da Rainha, os seus temores e o fanatismo da sua religiosidade, mas é sobretudo um pedido de desculpas ao Brasil, por ter sido ela quem assinou a pena de morte de Tiradentes.
A encenação e a interpretação são da responsabilidade de Maria do Céu Guerra.
A encenação é sóbria mas adequada ao acompanhamento da peça, enquanto a interpretação que se estende a solo por cerca de 100 minutos, é verdadeiramente notável.
Em tempos da "ditadura do audiovisual", o teatro popular mostra que está realmente vivo e esta tão recomendável peça, é a prova disso!

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