quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Turning Japanese

A reputada revista The Economist avisa, na sua última edição, que os Estados Unidos e a Europa se estão a tornar japoneses, isto é, apresentam indicadores económicos que se aproximam dos indicadores japoneses.
Desde há vinte anos que a economia japonesa tem sido um case study e se encontra mergulhada numa crise para a qual não encontra saída, entalada entre a estagnação e a deflação. São apontadas diversas razões para esta prolongada crise, desde a quebra da produtividade até ao envelhecimento da população, passando pela não resolução do problema do crédito ou pelo generoso e prematuro sistema de reformas, entre muitas outras razões. O terramoto e o tsunami de Fukushima não ajudaram nada. Os governos japoneses têm procurado a revitalização do crescimento económico através dos gastos públicos e do investimento em obras públicas, muitas vezes desnecessárias, de que tem resultado uma brutal dívida pública, que já ultrapassa o dobro do PIB e é a maior do mundo.
As disparidades de rendimento são crescentes e o Japão perdeu o orgulho de ser uma sociedade igualitária, estando confrontada com um anormal desemprego e com um crescente número de pobres.
Diz-se que o Japão tem antecipado o que começa a acontecer nos Estados Unidos e na Europa, com o excessivo endividamento e os elevados défices públicos, a estagnação económica e o desemprego.
O alerta do The Economist já fora feito há cerca de um ano, quando o economista norte-americano Paul Krugman, que em 2008 recebeu o Prémio Nobel da Economia, assegurou que os Estados Unidos também estavam na senda da estagnação e da deflação, que o Japão vem percorrendo desde há duas dezenas de anos.
Na Europa, os últimos anos também estão a revelar que se está no mesmo caminho, pela via do endividamento, dos défices e do desemprego e, naturalmente, Portugal também está nessa onda global.
De facto, estamos todos no mesmo barco e a precisar de trabalhar mais para sermos mais autónomos e para não precisarmos do dinheiro dos outros!
No entanto, houve quem se deixasse instrumentalizar, alguns deles meus amigos, defendendo que o problema era do Sousa e que a solução estava ali a dois passos.

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