domingo, 18 de setembro de 2011

A cimeira de Wroclaw e o euro

A cimeira de Wroclaw que juntou os ministros das Finanças da União Europeia, terminou sem que, aparentemente, tivessem sido tomadas quaisquer decisões relevantes e mostrou que há grandes divisões quanto ao modelo e aos meios de resolução da actual crise, particularmente entre o BCE e os Governos europeus.
O colapso financeiro da Grécia está iminente e não há acordo quanto à concretização de um segundo plano de ajuda de quase 160 mil milhões de euros, que ficou adiada para o próximo mês de Outubro. Nessa reunião, Portugal começou por ser elogiado até que, algumas horas depois, chegou a notícia relativa aos desvarios da Madeira que a todos alarmou.
Porém, está agora muito claro que o problema grego e, por analogia, os problemas português e irlandês ou mesmo as dificuldades italianas e espanholas – os PIIGS –, são apenas a ponta de um grande iceberg, que é a existência de uma moeda única sem uma política financeira comum a servir economias desigualmente desenvolvidas e, ainda, a enorme incapacidade das actuais lideranças políticas e a sua falta de um verdadeiro espírito europeu.
A situação é grave como tem sido repetidamente afirmado. Nas últimas semanas sucederam-se as declarações, entendendo alguns que a Grécia deve ser apoiada a qualquer preço, enquanto outros entendem que o volume da dívida é de tal monta que o melhor é deixá-la falir. Parece estar a prevalecer a ideia de salvar a Grécia e com ela salvar o ameaçado euro.
Nesse sentido, a cimeira de Wroclaw parece ter sido interrompida para ganhar tempo. Assim se poderá reflectir sobre a economia e a sociedade - e não só sobre os mercados, os juros, os default e coisas parecidas - permitindo a formulação de uma estratégia europeia comum, que salve a moeda única e fortaleça o projecto europeu, que tanta paz e progresso tem proporcionado aos europeus.

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