quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Os dias sombrios da Europa

O pessimismo europeu continua a alastrar. Depois da Grécia, da Irlanda e de Portugal, agora é a Itália e a Espanha que estão na mira dos chamados mercados e dos especuladores, depois de recentemente terem pago os juros mais altos da sua dívida desde que foi criado o euro. O receio de um contágio a outros países como a França, a Bélgica e, até, a Áustria e a Holanda, continua a ser muito preocupante. A tempestade passou pela periferia e está a chegar ao centro da Europa.
Porém, a maior surpresa veio das palavras de Jean-Claude Juncker, o presidente do Eurogrupo, ao afirmar-se preocupado com a elevada dívida alemã (quase 90% do seu PIB), que é maior do que a dívida espanhola, ao mesmo tempo que era anunciado o corte do rating de dez bancos alemães por parte da Moody’s. A situação é muito complexa e muitos, em especial os franceses, defendem a intervenção do BCE, como única solução para resolver a crise da dívida soberana europeia, mas a chanceler alemã afirmou peremptoriamente que não é esse o caminho.
Entretanto, o economista chefe do Citigroup recomendou hoje que o BCE intervenha e compre dívida no mercado secundário, afirmando que a Europa tem apenas semanas ou dias para evitar o default (incumprimento) da Espanha ou da Itália, o que seria uma catástrofe financeira que arrastaria o sistema financeiro europeu e norte-americano com ele.
Nesta tão complicada situação de incerteza, o jornal económico francês La Tribune pergunta se o BCE pode verdadeiramente salvar a Europa, ilustrando a notícia com uma moeda de um euro a afundar-se. Os dias estão realmente muito sombrios para a Europa.

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