segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

A crise do euro está de volta

Desde há algumas semanas que o tema da dívida soberana e a crise do euro estavam ausentes das agendas políticas. As medidas de austeridade impostas na generalidade dos países europeus, sobretudo nos países do sul, pareciam ter sossegado as agências de ‘rating’ e os famosos mercados, assim como as mudanças de governo verificadas em Portugal, Grécia, Itália e Espanha. Havia uma clara descompressão nas opiniões públicas. Os juros estavam a baixar. A crise do euro parecia estar a resolver-se. Até que a Standard & Poor’s cortou as notações de ‘rating’ de nove países europeus, incluindo Portugal, Espanha e Itália, mas também da Áustria e da França, que perderam a sua notação máxima de AAA.
Portugal passou a ter a classificação de 'lixo' que antes já lhe tinha sido atribuída pela Moody's e pela Fitch, as outras duas grandes agências de 'rating' internacionais, pelo que os juros da sua dívida pública vão aumentar, tornando ainda mais exigente o esforço de recuperação. Porém, os ventos da crise também já chegaram a França, a segunda economia da União Europeia e o diário Le Fígaro destacou que, com a perda da sua notação máxima, a crise do euro se agravou e pode influenciar a reeleição de Sarkozy nas próximas eleições presidenciais.
Os governos e a Comissão Europeia reagiram à decisão da S & P que consideraram aberrante, pois entendem que não tem sentido numa altura em que estão a procurar respostas para a crise, mas o clima de incerteza quanto ao futuro da moeda única reactivou-se. Nessa linha, Mario Draghi, o presidente do BCE, veio hoje dizer que "a situação actual é muito grave". No entanto, a decisão da S & P também deixa no ar a dúvida sobre se a solução da crise está nas políticas de austeridade ou se, pelo contrário, a austeridade nos leva a uma recessão mais profunda e a uma crise mais grave.
O que é certo é que a crise do euro está de volta.

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