terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Uma quase carreira da Índia

Encontramo-nos pela primeira vez em Bombaim em Setembro de 1998 quando, por razões profissionais, seguíamos para Diu com outros companheiros. Desde então tornámo-nos amigos, por necessidades profissionais e por afinidades culturais, a que se juntavam a cumplicidade e a solidariedade que habitualmente unem aqueles que vivem ou trabalham em distantes longitudes. Representávamos instituições distintas e, entre outros, tínhamos como desafio profissional comum a defesa e a promoção da língua e da cultura portuguesas. Em Goa. Ali convivemos com a diferença religiosa e com o multiculturalismo locais. Com as cores, os odores e os sabores. Com o calor extremo e com a diluviana chuva da monção. Observamos a realidade e compreendemos o meio social. Andamos pelas Fontainhas, pelo Altinho, por Miramar e por Dona Paula. Vimos como persistem muitas saudades e nostalgias de um tempo que passou.
Depois, terminada a missão, a vida continuou no rectângulo. Em Lisboa. Aqui nos encontramos com frequência. As nossas conversas centram-se invariavelmente em Goa, nos nossos amigos comuns, nas notícias da terra, nos progressos e nos retrocessos que acontecem, no que fizemos e no que poderíamos ter feito e na amargura que sentimos pela acelerada perda de influência da matriz cultural portuguesa em Goa, Damão e Diu, sem que as nossas autoridades percebam que é preciso inverter essa tendência.
Sempre que as finanças pessoais o permitem, cada um de nós regressa entusiasmado àquelas terras. A rever os amigos. A recuperar memórias. A matar saudades. É uma quase carreira da Índia dos tempos modernos. Eu estive lá em Outubro e o JML chegou lá há cinco dias. Estou a desejar-lhe que passe bem, como bem merece, na terra que bem conhece.

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