quinta-feira, 24 de maio de 2012

As gorduras do Estado

Acaba de ser publicada a "Síntese de Execução Orçamental" elaborada pela DGO com a informação disponível até 23 de Maio. Quanto ao subsector Estado, a página 7 do documento mostra que de Janeiro a Abril a receita efectiva baixou e a despesa efectiva aumentou em relação ao mesmo período de 2011. Significa que, para além do desemprego, também não vamos bem nas contas. Entretanto, o Jornal de Notícias de hoje diz que "o governo não trava despesa e que a dívida é maior do que se diz". Ficamos perplexos. Há cerca de um ano, algumas individualidades com uma enorme avidez pelo poder ou com uma indisfarçável fome por dinheiro, anunciava diariamente que tinham soluções para a nossa crise. Um deles era o presidente do PSD que, segundo o Jornal de Notícias de 30 de Abril de 2011, disse “que fez as contas e está em condições de garantir que não será preciso cortar salários nem fazer despedimentos para consolidar as finanças públicas portuguesas". "Nós calculámos e estimámos e eu posso garantir-vos: Não será necessário em Portugal cortar mais salários nem despedir gente para poder cumprir um programa de saneamento financeiro". E acrescentou que “o PSD quis "vasculhar tudo" para ter contas bem feitas e, "relativamente a tudo aquilo que o Governo não elucidou bem", procurou "estimar", preferindo fazê-lo "por excesso do que por defeito". "Não será necessário em Portugal cortar mais salários nem despedir gente para poder cumprir um programa de saneamento financeiro, mas temos de ser efectivos a cortar nas gorduras", completou Passos Coelho. A tese das gorduras do Estado tornou-se moda e passou a ser propagandeada pelas vozes do sargento Catroga, do pequenino Moedas e do vaidosão do Nogeira. Afinal essa gente não estava preparada, nem era competente. Que ridículos!

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