domingo, 27 de maio de 2012

Nem oito, nem oitenta

Organizado pela UEFA, vem aí o Campeonato da Europa de Futebol - o EURO 2012 - que se iniciará no próximo dia 8 de Junho em Varsóvia com o jogo entre a Polónia e a Grécia e, para quem gosta de futebol, este acontecimento está a gerar um enorme entusiasmo devido aos espectáculos que todos teremos oportunidade de ver pela televisão. Acresce o facto da equipa portuguesa – a nossa selecção - estar apurada para integrar o grupo de dezasseis finalistas que vão disputar a competição e, esse facto, constitui um factor adicional de interesse. No meio de tanto entusiasmo, é natural que a comunicação social dedique espaços informativos muito alargados ao acontecimento. Porém, está a verificar-se uma cobertura noticiosa absolutamente desproporcionada, que inclui a transmissão de imagens dos treinos e dos exames médicos, inúmeras entrevistas e muitas reportagens. Ficamos a saber quase tudo sobre os jogadores, sobre as suas famílias, os seus automóveis, os seus devaneios. Ouvimos discursos jornalísticos tão laudatórios, quanto ridículos. Os chamados jornalistas do futebol estão a endeusar os jogadores que, até agora, apenas asseguraram chorudos prémios. Nós somos inundados de "selecção", enquanto os jogadores se deslumbram com tanta atenção. É um exagero absoluto. A indústria da publicidade associa-se a este frenesim e, em vez de treinarem e de se concentrarem, os jogadores passam o tempo em sessões fotográficas. O povo gosta assim. Esquece-se a crise do euro, em nome do EURO. É demais. Nem oito, nem oitenta!

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