domingo, 26 de agosto de 2012

Espanha: a hora do "patrioptimismo”

A edição de hoje do diário madrileno La Razón apresenta uma capa muito simbólica para os seus leitores que estão a regressar de férias e que se vão reencontrar com uma situação política dominada pela dúvida e pela incerteza, lançando-lhes um desafio muito mobilizador:
 "La hora del patrioptimismo".
De facto, a Espanha passa por um período muito crítico e enfrenta sérias dificuldades: é o desafio do futuro do euro e a possível necessidade de um resgate internacional, é a questão  da unidade nacional e das soberanias regionais, é o grave problema do desemprego e a ameaça sindical de “tomar las calles”. Sob o peso das dificuldades económicas, há quem pense que os desafios nacionalistas se vão acentuar como nunca, pelo menos no País Basco e na Catalunha, mas também que se agrave a tendência espanhola para extremarem posições e passarem rapidamente da euforia à depressão.
Por isso, a edição veicula uma mensagem de unidade nacional e de esforço repartido, porque só um país unido e com esperança pode superar os erros do passado e os excessos do Estado social. A edição refere a necessidade de um patriotismo moderno, que se estenda a todos os sectores da sociedade como acontece com o desporto, critica a obsessão financeira alemã e recorda que o projecto europeu é, sobretudo, um projecto de solidariedade e de paz para acabar com os enfrentamentos bélicos e os nacionalismos que condenaram a Europa. O jornal também destaca a importância do optimismo para vencer as dificuldades, através do trabalho e da determinação para mudar as coisas que estão mal e, evidenciando esperança na resolução da situação, afirma que “o optimismo vende”. Finalmente, com a receita patriotismo + optimismo, até o La Razón se mostra optimista e acredita que "os bons políticos e as grandes nações emergem nos momentos complicados".
Aqui no rectângulo, as coisas não são muito diferentes do que se passa em Espanha, mas há a sensação de que, neste momento complicado, não temos políticos à altura das circunstâncias e que em vez de cumprirem uma missão de serviço público, têm um emprego e usam-no como trampolim.

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