domingo, 21 de outubro de 2012

Para quê tantos estudos?

De acordo com a edição de hoje do Correio da Manhã, a proposta de orçamento do Estado para 2013 inclui uma verba de 86 milhões de euros destinada a estudos, pareceres, projectos e consultadoria. Embora este montante represente um decréscimo de cerca de 14 milhões relativamente ao ano anterior, há alguns ministérios que vão gastar mais dinheiro na contratação de estudos, nomeadamente o Ministério da Justiça.
Em tempo de vacas magras é um caso muito estranho, até porque desde há muitos anos que existem suspeitas de que esta despesa constitui um desperdício e uma forma de ajudar os negócios dos amigos. De facto, esta rubrica orçamental tem sido sempre criticada porque, objectivamente, tem servido para alimentar escritórios de advogados, gabinetes técnicos diversos e empresas de consultoria, para além de ajudarem a aumentar as contas bancárias de muita gente. O Estado possui um verdadeiro batalhão de técnicos superiores altamente qualificados em todos os domínios e, esta decisão não é apenas um descarado favorecimento dos amigos, mas é também uma evidente desconsideração desses técnicos.  
Em tempos estes gastos foram tidos como gorduras do Estado e, por isso, esperava-se que o discurso moralizador do passos-gasparismo pusesse um travão nesta escandalosa sangria dos nossos dinheiros, mas até neste domínio é evidente que esta gente é forte para com os fracos e fraca para com os fortes. É caso para perguntar: para quê tantos estudos?

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