quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

À beira do abismo?

Os Estados Unidos são a maior potência económica do planeta, mas nem por isso estão libertos dos problemas orçamentais e dos problemas económicos que lhe estão associados, como revela a última edição da revista britânica The Economist. A revista interroga-se sobre se a economia americana está “over the cliff” ou, como se diz em português, está “à beira do abismo”, porque passa por uma fase em que o crescimento económico abrandou, o investimento quebrou e o nível de confiança dos consumidores está muito baixo. O desafio do presidente Barack Obama é exactamente o de evitar esse abismo económico e de tomar medidas que equilibrem o orçamento e as finanças públicas dos Estados Unidos, o que significa aumentar impostos e cortar na despesa pública. Os americanos mais ricos terão de pagar mais impostos, as despesas de soberania terão de ser reduzidas e as funções sociais, como por exemplo as pensões e os cuidados de saúde, terão que ser reapreciadas, sobretudo num contexto em que a população envelheceu e os custos com a saúde aumentaram muito. Essa receita obriga a consensos, mas enquanto os Republicanos acreditam que o aumento dos impostos vai destruir a economia, os Democratas não cedem nas garantias das pensões e dos cuidados de saúde dos idosos e dos mais pobres. O facto é que os Estados Unidos vivem com uma elevadíssima dívida e com um enorme défice estrutural da ordem dos 9%, um dos mais elevados de entre os chamados países ricos, o que constitui uma preocupação para o mundo. O reeleito presidente Barack Obama tem o desafio de inverter este ciclo, evitar o abismo e dar uma nova esperança à economia mundial.

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