domingo, 2 de dezembro de 2012

A memória lusitana permanece em Ceuta

Ceuta é uma cidade espanhola com cerca de 80 mil habitantes e 18 km2 de superfície, que fica situada na margem africana do estreito de Gibraltar e que tem, conjuntamente com a cidade de Melilla, o estatuto político de cidade autónoma do Reino de Espanha. A cidade foi conquistada em 1415 pelos portugueses quando iniciaram a sua expansão ultramarina e mantiveram-na durante mais de duzentos anos sob o seu domínio. Quando em 1580 os Reinos de Espanha e Portugal se uniram sob a coroa do Rei de Espanha, a cidade manteve a administração portuguesa e continuou subordinada às autoridades de Lisboa. Porém, quando em 1640 se verificou a restauração da independência portuguesa, o povo da cidade não aclamou o Duque de Bragança como Rei de Portugal, tendo sido o único território sob domínio português que não aceitou a nova soberania e se manteve fiel ao Rei de Espanha, o que veio a ser aceite em 1668 pelo Tratado de Lisboa. Porém, a cidade decidiu manter a sua bandeira que é composta por gomos brancos e pretos, à semelhança da bandeira da cidade de Lisboa, bem como o brasão de armas que é o escudo português. É frequente que as declarações públicas ou conferências de imprensa das autoridades, sejam feitas tendo por cenário exactamente a bandeira ou o brasão de armas, o que acaba por ser curioso e insólito. Assim, os jornais acabam por apresentar frequentemente a bandeira ou o escudo português nas suas primeiras páginas, como sucede numa das últimas edições do El Faro de Ceuta. São memórias lusitanas que permanecem em Ceuta.

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