quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

A personalidade do ano de 2012? Ora essa!

Nos últimos dias os meios de comunicação social fizeram as habituais retrospectivas sobre os acontecimentos que marcaram o ano de 2012 e, muitos deles, escolheram o facto e a personalidade do ano. Em Portugal aconteceu a mesma coisa e a escolha tem recaído maioritariamente no homem que gere a pasta das Finanças, o que me parece muito caricato, porque os resultados que ele tem obtido são muito fracos. Quase tudo se tem agravado, mas o homem anda deslumbrado com os elogios alemães e a fazer parelha com o nosso primeiro ao melhor estilo “Senhor Feliz e Senhor Contente”. Ainda há alguns fiéis nesta comédia, mas o aplauso vem sobretudo dos borges, dos moedas e dos relvas, isto é, da malta das negociatas. Certamente, o homem terá sido bom estudante e terá alguns méritos em várias coisas teóricas, mas é um desastre na gestão concreta das nossas finanças públicas. Falha em tudo. Trata as pessoas como números e julga que a nossa equação financeira se resolve numa folha de excel. Não consegue travar o défice. Não consegue reduzir a dívida. Faz aumentar as falências e o desemprego. Afunda a economia. Vende as nossas jóias da coroa. Rouba-nos a confiança e ameaça vender o país. Tem sido assim ao longo de muitos meses, com insensibilidade social, cegueira económica e arrogância política. E ainda há quem o considere a personalidade do ano!
Agora tivemos a tradicional mensagem presidencial de Ano Novo e, entre outras valentes marteladas que foram dadas ao passos-gasparismo a propósito das falhadas políticas de austeridade, ouvimos:
“Temos que pôr cobro a esta espiral recessiva em que a redução drástica da procura leva ao encerramento das empresas e ao agravamento do desemprego…. É aí, no crescimento económico, que temos que concentrar esforços… Precisamos de recuperar a confiança dos Portugueses. Não basta recuperar a confiança externa dos nossos credores… Temos argumentos – e devemos usá-los com firmeza – para exigir o apoio dos nossos parceiros europeus, de modo a conseguir um equilíbrio mais harmonioso entre o programa de consolidação orçamental e o crescimento económico”.
Tudo isto tem sido repetidamente enunciado desde há muitos meses por muita gente, mas o fundamentalismo e a arrogância do passos-gasparismo não deram ouvidos a ninguém. E agora? Está na hora?

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