sábado, 9 de fevereiro de 2013

Ainda a fraude do BPN

A SIC apresentou-nos uma desenvolvida reportagem intitulada “A fraude”, em que analisou com detalhe o escândalo que continua a ser o caso BPN. A história revelada é quase inacreditável e é chocante, deixando-nos absolutamente perplexos. Como foi possível tanta promiscuidade entre a alta política e a negociata? Como foi possível ter havido tanta gente sem escrúpulos a beneficiar do fraudulento esquema? Como foi possível a supervisão bancária não ter percebido e actuado em devido tempo? A reportagem da SIC estimou que o buraco financeiro do BPN pode chegar aos 7 mil milhões de euros, nele se incluindo os chamados activos tóxicos, as imparidades e os créditos de cobrança duvidosa. É um quadro de catástrofe sem paralelo na nossa história económica. A reportagem mostra que os principais responsáveis por esta criminosa fraude continuam impunes e continuam a passear por aí com indiferença, privando com os poderes políticos e, em muitos casos, a ocupar posições públicas de grande responsabilidade. E não são apenas os homens de topo, aqueles que tinham relações políticas e de negócios com Oliveira e Costa e que agora frequentam o Copacabana Palace do Rio de Janeiro. Havia os quadros intermédios e os gerentes das agências que prometiam juros de 30% para os depósitos e havia também os economistas sôfregos que não percebiam que não era possível haver lucros anuais de mais de 100%. Andavam todos deslumbrados com tanta fartura! Houve algumas centenas de clientes ou amigos que beneficiaram de milhões de euros de créditos para a compra de terrenos e de grandes mansões, obras de arte e financiamento de negócios especulativos, mas ficamos a saber que nada estará a ser feito para que esses créditos sejam recuperados. Haverá já mais de cinco centenas de clientes com dívidas superiores a meio milhão de euros em incumprimento total, isto é, clientes que já deviam ter liquidado tudo o que devem e que, pelo contrário, deixaram pura e simplesmente de pagar qualquer prestação. Será porque o crime compensa? Perante este quadro aterrador de trafulhice e roubo, quem nos pode valer?

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