quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

O drama social do desemprego acentua-se

No quarto trimestre de 2012, havia 923 mil pessoas sem trabalho em Portugal, o que equivale a 16,9% da população activa, segundo indicou ontem o Instituto Nacional de Estatística (INE) e os jornais destacaram. Apenas num ano, o número de desempregados aumentou em 150 mil novos casos mas, desde que em meados de 2011 o actual governo e a troika assumiram o poder, houve 248 mil novos desempregados em Portugal. Esse é o resultado mais visível do programa de ajustamento económico e financeiro que está a ser aplicado em troca de um empréstimo de 78 mil milhões de euros. No entanto, esse é o número oficial de desempregados porque, segundo outros critérios, esse contingente poderá atingir 1,4 milhões de pessoas, isto é, cerca de 25% da população activa.
O programa da troika e aqueles que o aplicam continuam a revelar uma profunda insensibilidade social e a mostrar indiferença perante o nosso empobrecimento generalizado. Não é só o desemprego e o seu drama social a acentuar-se. A economia está a afundar-se e entrou numa espiral recessiva, os problemas da dívida e do défice não estão a ser resolvidos e a situação social está em acelerada deterioração. O pequeno comércio encerra. Os jovens emigram. A sociedade desagrega-se. Não há confiança. Não se vê futuro. Um milhão de desempregados desespera.
A nossa secular identidade, assim como a história e a cultura de que tanto nos orgulhamos, estão a ser destruídos por um grupo de contabilistas que ignoram o nosso passado e que estão “orgulhosamente sós”. São os fundamentalistas - os gaspares, os moedas e os borges - que já fizeram demasiado estrago ao país com a sua insensibilidade social e que, todos os dias, contribuem para o aumento do desemprego. Deixem-nos, por favor!

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