terça-feira, 16 de abril de 2013

A monarquia espanhola sob contestação



No ano passado, quando a Espanha já estava mergulhada numa crise económica de enorme dimensão, a sua opinião pública soube que o Rei Juan Carlos tinha viajado para o Botsuana para participar numa dispendiosa caçada aos elefantes, durante a qual partiu uma anca, pelo que veio mais tarde a pedir desculpa aos espanhóis. Porém, os problemas de saúde do Rei continuaram e isso fez cair a sua popularidade nos últimos meses, que se acentuou à medida que se iam conhecendo os pormenores do processo judicial que envolve o seu genro Iñaki Urdangarin e, mais recentemente, também a infanta Cristina, sua filha. Com todos estes casos e a divulgação de alguns escândalos na Família Real, verdadeiros ou falsos, a popularidade do Rei tem caído continuamente e, de acordo com uma sondagem publicada recentemente pelo El País, verifica-se que 53% dos inquiridos desaprovam a forma como o Rei exerce as suas funções. 
Neste contexto, as celebrações do 14 de Abril tiveram este ano uma participação mais significativa do que antes. Todos os anos, nesse dia, os republicanos celebram o início da Segunda República em 1931, que terminou oito anos mais tarde com a vitória do general Franco na guerra civil espanhola. No passado domingo, mais de oito mil manifestantes desfilaram no centro de Madrid agitando centenas de bandeiras republicanas, para comemorar os 82 anos da II República e para exigir o advento da terceira, num país em que o regime monárquico está cada dia mais manchado por escândalos e a perder popularidade. Daí a crescente contestação dos nostálgicos, como lhes chama o jornal madrileno La Gaceta.

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