terça-feira, 7 de maio de 2013

O centenário de Álvaro Cunhal

Álvaro Cunhal morreu a 13 de Junho de 2005 com 92 anos de idade e, este ano, completaria 100 anos. Por isso, o seu partido decidiu evocar a figura do homem que entre 1961 e 1992 foi seu secretário-geral, tendo criado uma Comissão das Comemorações do Centenário de Álvaro Cunhal que, entre outras iniciativas, promoveu a realização de uma grande exposição sobre a sua vida e pensamento.
Álvaro Cunhal foi um intelectual, um artista e um dirigente político, sendo um dos mais importantes símbolos de resistência à ditadura salazarista. Esteve preso em 1937, 1940 e no período 1949-1960, perfazendo cerca de 15 anos de prisão, oitos dos quais em completo isolamento. Fugiu da prisão de Peniche em 1960 e, a partir de então e até 1974, viveu no exílio. Foi uma figura incontestada e admirada no seu partido, mas os seus adversários políticos nunca deixaram de lhe reconhecer uma exemplar atitude de resistência e de coerência.
A exposição trata com muita profundidade a vida de Álvaro Cunhal, registando a sua actividade política na clandestinidade e a sua acção de resistência ao salazarismo, mas também o período que se seguiu ao 25 de Abril. Os ambientes relacionados com a sua vida e os acontecimentos que a marcaram foram recriados com muita imaginação e há um assinalável número de documentos que são apresentados, entre os quais se incluem os originais de pintura e desenho, assim como as obras de ficção e de ensaio.
A exposição foi inaugurada em Lisboa no dia 27 de Abril e decorrerá até ao dia 2 de Junho na Sala do Risco - Pátio da Galé, com entrada pela rua do Arsenal, sendo mais tarde exibida no Porto. É uma grande exposição que está exemplarmente apresentada e que constitui uma revisitação dos últimos cem anos da nossa sociedade.

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