sábado, 4 de maio de 2013

O 'passosgasparismo' é uma novela trágica

As intervenções que nos últimos dias foram feitas pelos responsáveis pela Economia e pelas Finanças foram contraditórias, a revelar que o governo anda absolutamente desgovernado e à deriva, pelo que o naufrágio pode estar eminente: uns querem o fomento da indústria e a baixa do IRC, enquanto outros querem mais impostos e mais austeridade. Ambos falam em consensos, mas na realidade ambos estão seriamente atrapalhados.
Porém, ontem o problema clarificou-se, quando o nosso primeiro falou ao país e veio dizer de que lado estava, ao revelar-se um encarregado obediente e subserviente da troika que, sem olhar para o povo que o escolheu, prossegue uma política de destruição do Estado e da economia portuguesa. Não há dúvidas a esse respeito, como tantas respeitadas figuras do seu partido têm salientado. Na realidade, o que ontem foi anunciado é um brutal ataque aos funcionários públicos e aos pensionistas, mas também só vem criar mais desemprego, mais recessão, mais emigração e mais pobreza. As medidas avulsas antes anunciadas pelo álvaro para estimular o crescimento, o emprego e o tecido industrial duraram poucos dias.
Não se aguenta mais esta falta de rumo e esta desorientação, nem esta mentira continuada de que não há alternativas, nem “mais aumento de impostos” e que as coisas estão a correr bem. Tenham vergonha! Parem com esta tragédia! Deixem-nos!
Não houve uma palavra de esperança, nem foi deixada uma ideia sobre crescimento económico ou sobre o combate ao desemprego, nem uma sugestão para o relançamento da economia, nem uma mensagem de esperança, nem uma palavra de conforto para aqueles que estas políticas têm conduzido para a pobreza. O que ontem foi anunciado é uma vergonhosa submissão à troika, um brutal acréscimo de sacrifícios e uma vingança ao chumbo do Tribunal Constitucional.
O passosgasparismo afunda-nos e revela-se trágico, enquanto Belém assobia para o lado.

 

 

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