quarta-feira, 29 de maio de 2013

A guerra sem vencedores nem vencidos


Nos últimos dias a guerra civil na Síria voltou às primeiras páginas dos jornais franceses, provavelmente por pressão da sua indústria de armamento.  Um deles é o diário católico La Croix que na sua edição de hoje titula ˝A Damas, entre guerre et vie˝.
A Síria é um país do Médio Oriente com 185 mil quilómetros quadrados de superfície e cerca de 20 milhões de habitantes, o que significa que tem o dobro da superfície e da população de Portugal.
Desde Janeiro de 2011, na sequência de protestos enquadrados na chamada Primavera árabe, que os opositores e os defensores do regime de Bashar al-Assad se confrontam numa guerra civil de grande violência. Ao fim de 26 meses de confrontação já morreram mais de 80 mil pessoas, houve 1,5 milhões de refugiados nos países vizinhos e mais de 5 miilhões de pessoas que se deslocaram internamente para fugir das áreas de combate. A Rússia e a China, mas também o Irão, apoiam claramente o regime de Bashar al-Assad, enquanto os Estados Unidos, alguns países árabes como a Turquia e o Qatar, assim como alguns países europeus apoiam a oposição.
Ao fim destes 26 meses de guerra, a impotência revelada pelas grandes potências para fazer cessar as hostilidades, causa um verdadeiro espanto e levanta interrogações.   
A União Europeia que decretara um embargo de armas à Síria, decidiu agora levantar esse embargo, permitindo que a França e o Reino Unido armem os rebeldes sírios, mas a Rússia reagiu e decidiu manter o programa de envio de mísseis de longo alcance destinados ao regime de Bashar el-Assad. Neste contexto, a Alta Comissária dos Direitos Humanos da ONU, a sul-africana de origem tamil Navi Pillay, pediu ontem às potências mundiais que não forneçam armas aos beligerantes sírios, pois a situação tornou-se uma ˝intolerável afronta à consciência humana˝. Será sempre uma guerra sem vencedores nem vencidos e, para que possa ser travada ˝a escalada de sofrimento e derramamento de sangue˝, este conflito ˝não deve ser estimulado com armas, munições, política ou religião˝.
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