sexta-feira, 14 de junho de 2013

A lusitana paixão pela austeridade

Segundo os últimos indicadores do Eurostat o desemprego em Espanha é de 26,7% e em Portugal é de 17,5% e este indicador é, seguramente, um dos mais decisivos no que respeita à situação económica e social dos países ibéricos. Cada um deles, à sua maneira, reage a esse grave problema económico e social, porque ele representa um factor de empobrecimento nacional, significa a recessão e a quebra da produção nacional e, sobretudo, provoca a corrosão do tecido e da coesão social.
Porém, a Espanha não aceitou a tutela da troika e hoje, uma vez mais, reage às políticas de austeridade impostas pelos credores e pelos seus patronos, como destaca o El País ao anunciar que “Rajoy y Rubalcaba unen su voz para pedir a Europa menos austeridad”.
Aqui em Portugal é diferente e, com indiferença, incompetência e seguidismo cego, prossegue a atitude de submissão com que os nossos dirigentes obedecem à troika e nos humilham.
O Diário de Notícias destaca hoje que o nosso primeiro prometeu ao FMI que vai cortar o dobro da despesa já em 2013, o que significa o agravamento da austeridade e a obediência a uma instituição que, ainda recentemente, assumiu erros nas políticas que impôs à Grécia. Será que não há imaginação para fazer diferente? E como se articula o discurso anti-FMI do homem do leme com esta submissão do nosso primeiro? E como é que, com estes cortes na despesa e a consequente quebra de rendimento das famílias, se estimula a procura interna e se cria emprego? Ao fim de dois anos de governo, a paixão pela austeridade prossegue e as suas trágicas consequências estão à vista.

 

 

 

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