domingo, 23 de junho de 2013

A Espanha, a política e a corrupção

O jornal espanhol La Razon destaca na sua edição de hoje o fenómeno da corrupção em Espanha e, embora reconheça que há milhares de cidadãos que dão os seus esforços de maneira voluntária e altruísta ao serviço da comunidade, reconhece que a corrupção é um mal que afecta a generalidade dos países. Assim, perante o aumento da corrupção espanhola, o jornal patrocinou o lançamento público de um manifesto que visa a reabilitação da política e o combate à corrupção, o qual foi imediatamente subscrito por quarenta personalidades.
O manifesto afirma que “a vida pública espanhola está a ser assolada por casos de corrupção, por uma crise institucional e de valores, assim como uma crise económica que põe em causa as instituições. Longe de cairmos em desespero ou indiferença, o nosso dever é defender o papel da política e da sociedade civil para superar a situação. Gerou-se a ideia de que o sistema não funciona e de que tudo é corrupção, mas só com o reconhecimento de que há uma grande maioria de políticos honestos que trabalham para o bem comum é que poderemos recuperar o prestígio e a confiança no nosso país”. O manifesto inclui depois cinco pontos e termina com o elogio da política: “é a política que nos permitirá acabar com os casos de corrupção, porque a corrupção consiste no aproveitamento ilícito do poder”.
Na Corruption Perceptions Index de 2012, que é o último que está publicado pela International Transparency, a Espanha figura em 30º lugar, enquanto Portugal ocupa a 33ª posição. Parece, portanto, que temos problemas semelhantes no campo da corrupção, mas por cá não há manifestos, nem o tema ocupa as primeiras páginas dos jornais. Em vésperas de sufrágio eleitoral, bom seria que os eleitores portugueses pensassem nestas coisas.

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