segunda-feira, 1 de julho de 2013

Há uma enorme onda mundial de protesto

A última edição do The Economist é dedicada aos protestos que estão a multiplicar-se por todo o mundo e, sobre essa matéria, aquela prestigiada revista destaca que “uma onda de raiva está a varrer as cidades do mundo” e avisa: “Politicians beware”.
Os protestos têm-se generalizado um pouco por todo o mundo e as suas origens são muito diferentes. No Brasil as pessoas reagiram contra os preços dos transportes públicos, na Turquia contestaram um projecto imobiliário em construção, na Indonésia manifestaram-se contra o preço dos combustíveis, na Grécia lutam contra o encerramento da estação televisiva oficial e no Egipto protestam contra a incapacidade governativa. Na União Europeia os protestos são contra as brutais políticas de austeridade, enquanto a primavera árabe se transformou num protesto permanente contra tudo. Houve motins dos jovens emigrantes na Suécia e dos jovens dos bairros de Londres, por serem excluídos da prosperidade que vêem à sua volta. No ano passado os jovens indianos ocuparam as ruas das suas cidades após a violação de uma estudante, em protesto contra a falta de protecção do Estado às mulheres. Bruxelas e Pequim estão alarmadas e, como diz a revista, os tempos que aí vêm são preocupantes. Em Portugal, também a manifestação de 15 de Setembro de 2012 foi, possivelmente, um sinal de protesto como não se vira desde 1974.
Os protestos têm realmente as mais diferentes origens e revelam um grande descontentamento popular, uma enorme indignação contra os políticos e contra a corrupção, contra as desigualdades e a injustiça social, contra a arrogância política e policial. Nascem de forma quase expontânea e agregam milhares de manifestantes, sobretudo da classe média e sem outro caderno reivindicativo que não seja a luta contra  um poder em que não se revêm e que não os protege. Alimentam-se nas redes sociais e nas ruas, sem o suporte dos partidos políticos ou dos sindicatos. É já uma nova ordem social. The Economist  evoca as grandes movimentações sociais de 1848 (Europa), de 1968 (América e Europa) e 1989 (Império Soviético), acrescenta-lhes 2013 (everywhere) e salienta que todos esses casos têm aspectos comuns e estão na origem de transformações sociais muito profundas.

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