quarta-feira, 10 de julho de 2013

Luso seguidismo e outras trapalhadas


Segundo revela o diário Los Tiempos que se publica na cidade boliviana de Cochabamba, a Organização dos Estados Americanos (OEA) aprovou ontem uma resolução que condena o tratamento dado ao Presidente do Estado Plurinacional da Bolívia, cujo avião foi recentemente impedido de sobrevoar alguns países europeus, fazendo uma chamada de atenção para que a França, Itália, Portugal e Espanha se expliquem e apresentem as correspondentes desculpas. A resolução foi aprovada por consenso, mas os Estados Unidos e o Canadá opuseram-se por considerarem que as circunstâncias do incidente diplomático não eram ainda claras. É lamentável que isto tenha acontecido, porque o Direito Internacional garante total imunidade diplomática aos Chefes de Estado e, dessa forma, não só foi hostilizada a Bolívia, mas também os outros Estados sul-americanos. O Presidente Evo Morales tinha-se deslocado a Moscovo para participar na cimeira dos países exportadores de gás, mas dia 2 de Julho, quando regressava ao seu país, o seu avião foi obrigado a aterrar em Viena. Entretanto, os governos de França, Itália, Portugal e Espanha informaram não autorizar que o avião de Evo Morales utilizasse o seu espaço aéreo, certamente por pressão americana, pois havia fortes suspeitas que no seu interior viajava Edward Snowden, um ex-agente dos serviços secretos americanos, suspeito da divulgação de matéria classificada. Depois de 14 horas de “sequestro” o avião presidencial foi autorizado a seguir viagem, tendo escalado a Gran Canária, a cidade brasileira de Fortaleza e aterrado em La Paz na madrugada do dia 4 de Julho. Alguns dias depois e já depois de terem sido queimadas bandeiras em La Paz, inclusive bandeiras portuguesas, veio o ministro Portas assegurar que as autoridades portuguesas autorizaram antecipadamente o sobrevoo do avião de Evo Morales pelo espaço aéreo português. Em que ficamos? Na palavra da OEA ou na palavra (irrevogável) do ministro Paulo Portas?

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