sábado, 31 de agosto de 2013

A memória das guerras napoleónicas

No dia 31 de Agosto de 1813 a cidade de San Sebastián (em castelhano) ou Donostia (em língua basca) foi incendiada, saqueada e quase totalmente destruída pelas tropas aliadas anglo-portuguesas do Duque de Wellington, que derrotaram as forças napoleónicas que ocupavam a cidade desde 1808.
Depois de em 1805 ter sido derrotado em Trafalgar, o imperador Napoleão decidiu impor um “bloqueio continental” aos navios ingleses e, através de tácticas diferentes, decidiu converter a Península Ibérica num estado-satélite de Paris. Grande parte do território espanhol foi então ocupado pelas tropas francesas, mas as três tentativas francesas para ocupar Portugal, acontecidas entre 1807 e 1810 – as chamadas invasões francesas – foram mal sucedidas, devido à reacção popular, à acção das tropas portuguesas e à ajuda inglesa comandada pelo Duque de Wellington.
A partir de 1811 a Espanha pretendeu libertar-se da tutela francesa e entrou num período que tem sido chamado a “guerra da independência”, com o objectivo de expulsar os franceses do seu território. Foi nesse quadro que as tropas aliadas anglo-portuguesas intervieram em Espanha e cercaram e reconquistaram a cidade de San Sebastián.
Esta ano, a cidade comemorou o bicentenário dessa dramática efeméride que foi a destruição da cidade e, também, a enérgica decisão dos seus moradores que em poucos dias tomaram a iniciativa de a reconstruir. Na sua edição de hoje, El Diario Vasco destaca exactamente essa memória histórica que foi o bicentenário do incêndio, saque e destruição de Donostia, inspirando-se num elemento da Guernica de Picasso para ilustrar a sua primeira página, numa alusão à destruição da cidade basca de Guernica pela aviação alemã no dia 26 de Abril de 1937.

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