terça-feira, 20 de agosto de 2013

Barroso arbitra o conflito de Gibraltar

Ao contrário do que sucede em outras regiões do mundo onde a conflitualidade assume formas violentas ou de guerra, na questão de Gibraltar ainda prevalece o bom senso. O problema tem evoluído e passou de uma questão marítima localizada, para um conflito diplomático que a União Europeia foi agora chamada a arbitrar.
Inicialmente as autoridades espanholas protestavam pelas descargas de blocos de cimento feitas em águas espanholas, com o objectivo expresso de criar um recife artificial destinado a regenerar a fauna marinha, mas os pescadores espanhóis reagiram porque estava a ser destruída uma das suas melhores zonas de pesca, enquanto Gibraltar não tem sequer frota pesqueira. Como reacção, as autoridades espanholas reforçaram os controlos fronteiriços o que provocou uma fila diária de milhares de viaturas e muitas horas de espera, ao mesmo tempo que ameaçavam impor uma taxa de passagem de 50 euros a todos os turistas e habitantes de Gibraltar residentes em Espanha, que serão cerca de 7 mil e beneficiam de generosos privilégios fiscais.
Agora, a Espanha exige que as autoridades de Gibraltar retirem os blocos de cimento e desistam da criação do recife artificial mas, também, que actuem sobre o paraíso fiscal que é o seu território e sobre o contrabando de tabaco, os tráficos ilícitos e, em especial, sobre o branqueamento de capitais.
A pedido de Cameron e Rajoy, a Comissão Europeia aceitou arbitrar este conflito diplomático, embora a Grã-Bretanha não deixe de mostrar a sua vertente musculada. Numa missão oficialmente classificada de rotina, a fragata o H.M.S. Westminster atracou ontem em Gibraltar e a imprensa espanhola destacou esse facto com fotografias na primeira página, a recordar que a política da canhoneira ainda pesa muito ou que a mais eficiente arma diplomática que um país pode ter é a sua Navy.

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