sábado, 17 de agosto de 2013

É preciso ajudar o Egipto

O que se está a passar no Egipto é preocupante e recorda-nos a onda de violência que, de forma mais ou menos intensa, se tem verificado em diversos países do norte de África e do Médio Oriente. Julgou-se que era a Primavera Árabe e a libertação de regimes autocráticos, mas estamos perante o dilema do islamismo radical ou da ditadura militar. Afinal, a convulsão do mundo islâmico é mais profunda porque estamos perante situações bem diversas quanto às motivações e quanto aos desenvolvimentos, como mostram as quedas de Sadam Hussein e de Muammar Kadaffi, a guerra para afastar Bashar al-Assad, a instabilidade revolucionária na Tunísia ou a agitação popular na Turquia.
No caso do Egipto, após a destituição de Hosni Mubarak realizaram-se eleições presidenciais e foi eleito Mohamed Morsi. Parecia um caso bem sucedido da Primavera Árabe mas, descontentes  por não estarem a ser seguidas as orientações democráticas ou por estarem a perder privilégios, os militares egípcios prenderam Morsi e tomaram o poder no passado dia 3 de Julho. Desde então, muitos milhares de adeptos da Irmandade Muçulmana de que Morsi era dirigente, ocuparam as ruas do Cairo a denunciar o golpe militar e a exigir que o presidente eleito seja libertado e reocupe o seu lugar presidencial. O ponto mais alto da reacção a esse protesto aconteceu no dia 14 de Agosto, quando tanques e helicópteros armados atacaram os manifestantes e causaram cerca de cinco centenas de mortes e mais de três mil feridos. A violência continuou e propagou-se a outras cidades egípcias, num verdadeiro clima de pré-guerra civil. A situação é complexa para 85 milhões de egípcios que em grande parte vivem na pobreza e são analfabetos, mas que aspiram a uma vida melhor e mais digna.
A comunidade internacional tem que fazer qualquer coisa para rapidamente estabelecer o diálogo entre as partes para assegurar a paz entre os egípcios, sem cair no erro de se aliar a uma parte como, de certa forma, fez no Iraque, na Líbia ou na Síria.
 

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