sábado, 31 de agosto de 2013

Em política ainda não vale tudo

Os juízes do Tribunal Constitucional chumbaram o regime jurídico da chamada “requalificação de trabalhadores em funções públicas”, cuja fiscalização preventiva tinha sido pedida por Belém e, o nosso primeiro, fala agora em segundo resgate. Apesar das inúmeras pressões feitas por si e pelos seus comentadores de serviço, pela quinta vez e num espaço de dois anos, o Tribunal Constitucional rejeitou legislação aprovada pela maioria governamental. A palavra escândalo pode aqui ser aplicada com toda a propriedade.
Em tempos ele quisera mudar a Constituição da República, mas como não conseguiu e não se dá bem com a que temos, tem procurado atropelá-la com confrontos e ameaças constantes, até porque não tem nem espera vir a ter os 2/3 de deputados necessários para a alterar. Em qualquer Estado de direito, compete ao Tribunal Constitucional verificar se as normas e leis aprovadas pelo poder político estão em conformidade com a Constituição da República. E foi isso que os juízes fizeram, apesar das pressões públicas que lhes foram feitas. Por isso, se em dois anos de governo ele não conseguiu dar novo rumo à nossa situação económica e financeira (antes pelo contrário), isso é da sua responsabilidade exclusiva e não de quem fiscaliza e garante a legalidade constitucional. Assim, em vez de passar tanto tempo a ameaçar e a queixar-se dos outros, melhor seria que arranjasse soluções governativas que estejam de acordo com a lei, que é o que ele nem sempre  tem feito.
Desta vez, em nome da reforma do Estado, ele queria despedir 30 mil funcionários e esta travagem que o Tribunal Constitucional fez às suas intenções, já o levou a insinuar que poderá haver mais aumentos de impostos, porque não é sustentável este volume de despesa pública, mas também a colocar a hipótese de levar o país a pedir um segundo resgate. É preciso ter lata!

 

 

 

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