domingo, 15 de setembro de 2013

Gente com muito pouca vergonha

Em Abril de 2011, enquanto candidato eleitoral, o actual primeiro-ministro afirmou que fez as contas e que estava em condições de garantir que não seria preciso cortar salários nem fazer despedimentos para consolidar as finanças públicas portuguesas. E disse textualmente que "nós calculámos e estimámos e eu posso garantir-vos: não será necessário em Portugal cortar mais salários nem despedir gente para poder cumprir um programa de saneamento financeiro".
Mentiu descaradamente para ganhar as eleições. Depois, veio a pressão da troika e dos especuladores financeiros nacionais e internacionais, tendo o chamado processo de ajustamento sido transformado num doloroso processo de destruição da nossa economia, com desemprego, empobrecimento, aumento da dívida, saída para o estrangeiro e uma crescente perda de confiança no futuro. Apesar destes resultados catastróficos, a saga continua com a insensibilidade social de sempre, com a mesma descarada protecção à banca e com a habitual humilhação imposta pelos credores. Não aprenderam a lição do passado e, quando na televisão vemos a cumplicidade de sorrisos entre portas e albuquerques, perdemos a última réstia de esperança. Até o pudor se acabou. Em vez de reformarem o Estado, darem bons exemplos, acabarem com o exército de assessores com que ocuparam o aparelho de Estado, renegociarem a dívida, cortar nos privilégios da banca e dos “campeões nacionais”, decidem atacar os mesmos de sempre – os funcionários públicos e os pensionistas. Cortam os salários e as pensões e vão fazer despedimentos! Com crueldade. Há sempre uns irrevogáveis sem dignidade prontos para tudo apoiar e também há uns rosalinos disponíveis para fazer estes trabalhos, porque o incompetente e desorientado passos nem coragem tem para aparecer. Realmente, é gente sem vergonha nenhuma!

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