sábado, 26 de outubro de 2013

As viagens e passeios que nós pagamos

A proposta governamental do Orçamento do Estado para 2014 inclui uma verba de 34,8 milhões de euros para deslocações e estadas dos titulares e do pessoal dos gabinetes ministeriais, havendo sete ministérios que irão gastar mais em 2014 do que no corrente ano de 2013. Numa altura em que o país está em grandes dificuldades, em que há sinais de decadência e de progressivo empobrecimento, com os salários e as reformas a serem intensamente penalizados, esta lógica despesista parece não ter explicação. É uma situação incompreensível. É um abuso. Fazem-se contas e não se percebe quem vai fazer e para que servem tantas viagens. Provavelmente, os nossos governantes até deveriam viajar mais para melhor conduzirem as suas actividades em prol do interesse nacional, mas deveriam dispensar as suas numerosas e dispendiosas comitivas, com demasiados assessores, ajudantes e convidados, para além dos habituais jornalistas que outra coisa não fazem que não seja promover a Excelência que os convidou e transmitir para o país algumas banalidades a respeito do país para onde a Excelência viajou, pois não vão fazer jornalismo nenhum. E se isto é válido para o governo, também se aplica às comitivas de Belém, porque são sumptuárias e desproporcionadas. Este tipo de comportamentos é muito condenável, não tanto pelo peso que estas despesas têm no Orçamento do Estado, mas sobretudo porque constituem um mau exemplo e um sinal muito negativo para os sectores da população que pagam impostos e têm sofrido uma brutal perda de rendimentos.

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