sábado, 26 de outubro de 2013

Há uma nova sinalética: “Não aos cortes”

A crise que desde 2008 tem afectado a Europa devido à especulação e à fraude praticada pelos grandes grupos financeiros internacionais, tem conduzido ao crescimento dos défices e ao aumento das dívidas públicas da generalidade dos países, sobretudo na orla euro-mediterrânica. Daí têm resultado orientações ou imposições das instituições políticas e financeiras europeias, no sentido dos défices públicos regressarem ao nível dos 3% do PIB e das dívidas serem reduzidas para valores da ordem dos 60% do PIB. Assim, há diversos países europeus que estão actualmente sujeitos a programas de ajustamento que implicam enormes cortes orçamentais para reduzir os gastos públicos, mas que têm conduzido à quebra da procura interna, à recessão e ao desemprego, sem atenuar o peso da dívida pública. São as chamadas politicas de austeridade que se têm mostrado muito violentas e com devastadores efeitos económicos e sociais, com destruição do tecido económico, o retrocesso nas políticas de educação e de saúde, assim como no aumento da pobreza e da desigualdade. O protesto contra estas políticas e contra os cortes orçamentais tem sido frequente em Espanha e na Itália, por vezes com sinais de alguma violência, mas também em Portugal, França, Grécia, Irlanda e outros países, pois existe a convicção de que há alternativas ao actual modelo, que passam pelo estímulo à economia e à criação de emprego. Nesta onda de crítica ao falhanço das políticas de austeridade, a novidade surgiu recentemente em Espanha, onde as marchas de protesto utilizam uma eloquente sinalética que proibe a tesoura e os cortes como mostra a edição do  El Periódico de Catalunya.

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