sexta-feira, 4 de outubro de 2013

O irrevogável ministro da propaganda

Foi ontem anunciado com alguma solenidade que a troika fez uma avaliação positiva do programa de ajustamento económico e financeiro em curso e o mesmo personagem que dias antes falava do penta, falou agora em corridas de cinco mil metros. O homem é mesmo um desportista, além de habilidoso e espertalhão, mas não pode pensar que os outros estão distraídos e não o topam. Há três meses decidiu irrevogavelmente demitir-se, porque seria um acto de dissimulação se continuasse no governo, mas deu o dito por não dito e ficou. A bem da nação! Assim se criou uma crise política que assustou os nossos credores e tem custado milhões. Porém, o personagem acha que valeu a pena porque lhe permitiu chegar onde queria, isto é, manda naquela malta toda, desde as albuquerques aos moedas, passando pelo próprio passos.
Entretanto, ele disse que são visíveis sinais de melhoria do clima económico e que, este ano, o produto já não cairá 2,3% como previsto, mas apenas 1,8%, enquanto o desemprego não se situará nos previstos 18,2%  mas que ficará pelos 17,4%. É isto que o anima? Ora o défice público continua sem cair, a pobreza aumenta, o pequeno comércio está bloqueado, os jovens emigram e a dívida pública continua a aumentar. Porém, há dúvidas sobre a real andamento da economia e eles não se entendem sobre se a dívida é ou não é sustentável. No meio de toda esta desorientação e de tanta propaganda, vieram dizer-nos que todas as medidas de carácter excepcional serão mantidas no orçamento do próximo ano e que não há qualquer possibilidade de haver uma redução de impostos para as famílias no próximo ano. Então, se há sinais de melhoria, por que razão nos escondem os cortes e nos vão continuar a atrofiar?

1 comentário:

  1. Comentário de um (verdadeiro) pacífico: já não há paciência para esta malta, isto só lá vai infelizmente, e é se fôr, à porrada.

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