segunda-feira, 4 de novembro de 2013

A Espanha recupera e nós ficamos a ver

Embora as notícias da recuperação económica espanhola já tenham surgido desde há algumas semanas na imprensa, poucas terão sido tão esclarecedoras quanto foi aquela que o diário Heraldo de Aragon, que se publica em Saragoça, destacou na passada sexta-feira: “a Espanha recupera confiança no exterior e recebe 36.700 milhões de euros de investimento em oito meses”. Só na indústria automóvel foram investidos 5 mil milhões de euros e foram criados 2400 empregos e, no mês de Outubro, as vendas de automóveis subiram 34,4%. Hoje, a OCDE revelou que "está a sair mais investimento estrangeiro de Portugal do que a entrar e que o valor do investimento directo estrangeiro em Portugal no 2º trimestre de 2013 foi negativo em 1,4 mil milhões de dólares". Uma lusitana desgraça.
Estas notícias obrigam-nos a pensar no caminho que estamos a seguir para ultrapassar a nossa crise ou, por outras palavras, a perguntar como é possível o que está a acontecer aos nossos vizinhos e o que nos acontece aqui, onde estamos condenados a marcar passo ou a andar para trás. O actual chefe da propaganda e criador do guião, ou seja, o  irrevogável ministro Portas, gosta de dizer que o fim da recessão está a chegar. Nós que andamos pelas ruas e viajamos de autocarro vemos que não é verdade. Além disso, a pretexto de captar investimento e promover as exportações, o irrevogável ministro que é, provavelmente, o mais viajado ministro português desde que D. Afonso Henriques se revoltou contra a mãe, não apresenta quaisquer resultados das suas dispendiosas viagens, para além da sua promoção pessoal, sempre a olhar para o seu umbigo e a pensar no seu futuro, mas à custa de todos nós. Inaugurou ginásios na Índia e agora quer vender arroz na China. Hoje em Macau, tivemo-lo a regozijar-se porque o programa de vistos gold concluiu que já foram investidos em Portugal mais de 200 milhões de euros e que 80% desse investimento teve lugar no imobiliário. Então onde havia de ser? Precisávamos de ter janelas que nos dessem claridade e perspectivas de futuro, mas temos portas destas. É uma tristeza. É mesmo uma tristeza!

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