segunda-feira, 4 de novembro de 2013

A França começa a rejeitar a austeridade

A crise económica está a alastrar do sul da Europa para o norte e chegou à Bretanha. A Bretanha é uma das 22 regiões administrativas e fica situada no noroeste da França, com a sua capital em Rennes e cerca de 3 milhões de habitantes, tendo por base económica a agricultura e a indústria agro-alimentar. Desde 2011 que a situação económica bretã se tem deteriorado muito devido ao agravamento dos custos de produção agrícola, à redução do poder aquisitivo das famílias e à política de preços imposta pela Grande Distribuição que adquire cerca de 75% da produção local, o que tende a arruinar as empresas agrícolas e agro-alimentares e a gerar o desemprego. Assim, esta situação tem dado origem a um número crescente de falências e daí que em 2011 tenham sido perdidos 3900 postos de trabalho e se estime, para o corrente ano, a perda de mais 5 mil empregos. Foi neste quadro de crise que o governo de François Hollande decidiu aumentar a austeridade e a carga fiscal, ao criar um imposto de circulação sobre os veículos pesados que circulam nas estradas francesas – a que chamaram eco-taxa –, a aplicar a partir do próximo dia 1 de Janeiro, não só para diminuir a poluição atmosférica, mas também para aumentar as receitas fiscais.
Foi a gota de água que fez entornar o copo! Os agricultores bretões reagiram com violência. Enfiaram o seu gorro vermelho, um símbolo histórico do protesto bretão e, segundo descreveram muitos jornais franceses, fizeram uma verdadeira maré vermelha de protesto e violência, a que se seguiram confrontações com a polícia e a destruição de valioso património. A França está assustada e teme que esta agitação se estenda pelas outras regiões do país.

 

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