sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Os insaciáveis abutres da EDP

A EDP que é uma grande empresa e um quase monopólio no que respeita ao abastecimento de electricidade a Portugal, que é o seu maior negócio, veio anunciar um lucro de 792 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, o que representa uma redução de apenas 0,3% em relação ao mesmo período do ano passado. No mesmo período, o EBITDA – um indicador que mede os lucros antes dos juros, impostos, depreciações e amortizações – atingiu 2799 milhões de euros e aumentou 2,1% relativamente ao mesmo período do ano anterior. Estes números dão que pensar! Evidentemente que foram apreserntadas justificações com base nos negócios internacionais, para esta evolução tão positiva em tempo de crise, mas podemos dizer que enquanto a economia portuguesa está em recessão e os portugueses estão a ser vítimas de um assalto aos seus salários e pensões, a EDP cresce na lógica do mais descarado abutre, protegida pelos mexias, pelos catrogas e por alguns dos seus fiéis amigos acantonados no seu Conselho Geral e de Supervisão.
A maioria dos accionistas da EDP são estrangeiros e, naturalmente, levarão consigo estes lucros sob a forma de dividendos – a China Three Gorges (21,3%), as espanholas Iberdrola Energia (6,6%) e Oppidum (6,1%), os americanos da Capital Group (5%), mas alguns também seguirão para o Luxemburgo, para a Argélia e para o Qatar. Por cá ficarão sobretudo os dividendos do Grupo José de Mello, SGPS (4%), que é o maior accionista português da empresa. Ora aqui está um caso para os nossos corajosos governantes actuarem, pois estamos cansados de os ver atacar sempre os mais fracos. E se há contratos a respeitar com a EDP, também há contratos a respeitar com os reformados e pensionistas que descontaram aquilo a que foram obrigados e que agora estão a ser expoliados desse direito ao que é seu.
 
 

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