segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Os tubarões da assessoria jurídica

Quando se realizaram as eleições legislativas de 2011, criticava-se muito o governo  de então pela excessiva despesa que era feita com escritórios de advogados, aos quais eram adjudicados serviços de assessoria e consultoria jurídica e encomendados estudos, pareceres, arbitragens, representação em processos judiciais e condução de negócios. Essa despesa era encarada pelos arautos da teoria das gorduras do Estado como um exemplo de despesismo e da promiscuidade entre o interesse público e o interesse privado, pelo que a sua eliminação figurava sempre como uma das medidas necessárias para a redução do défice. Provavelmente tinham razão e, por isso, esperava-se uma inversão de rumo e um travão aos desenfreados apetites dos tubarões da assessoria jurídica. Porém, o jornal i veio hoje noticiar que o “governo bate recorde em gastos com escritórios de advogados”, pois as despesas não só não estão a diminuir como até têm vindo a aumentar. De facto, nos primeiros dez meses do corrente ano, já foram contratualizados 12 milhões de euros em 302 contratos com escritórios de advogados, o que representa um aumento de 17,6% em relação ao total que foi gasto em 2012. O maior tubarão deste negócio, segundo o jornal i, é a Sérvulo Correia & Associados que, só à sua conta, já assinou este ano 58 contratos por um valor de 3,1 milhões de euros. Escandalosamente, os grandes escritórios de advocacia ganham cada vez mais dinheiro à conta das encomendas feitas pelo Estado, que são pagas com o dinheiro dos contribuintes e com os meus impostos. E o que faz quem manda? Nada!
 

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