terça-feira, 5 de novembro de 2013

Um rapazote convencido e deslumbrado

Na sua itinerância por tudo o que lhe cheire a mordomia, influência e poder, mas também na sua ânsia de tocar todos os instrumentos e de ao mesmo tempo dirigir a orquestra, a personagem deslumbra-se. É um atrevido. Andou pela Defesa e para além de ter fotocopiado tudo, deslumbrou-se com generais e almirantes a prestarem-lhe vassalagem; passou pelos Negócios Estrangeiros e para além de não ter parado em passeatas pelo mundo inteiro, espumou de felicidade com a subserviência dos diplomatas. Depois, no passado mês de Julho protagonizou um verdadeiro golpe de Estado que nos custou milhões com a subida de juros que provocou, mas viu o seu protagonismo e o seu poder aumentarem na hierarquia do Estado. Numa demonstração de grande carácter, em poucas horas deixou de ser irrevogável. O outro vergou-se e este sucesso subiu-lhe à cabeça. Certamente, deve ter exclamado: “Mãe, sou um estadista, olha-me o talento”. Então, a personagem passou a estar em todas e a apresentar-se como um poderoso e como um deslumbrado – na relação com troika, na coordenação do orçamento, no guião para a reforma do Estado e na promoção do investimento e das exportações. Assim, lá foi para mais uma viagem até ao Oriente. Vendeu fruta. Que fruta? Vendeu arroz. Que arroz? Que pouca vergonha!
A edição de hoje do jornal Macau hoje conta como numa recepção à comunidade portuguesa de Macau chegou com duas horas de atraso, pelo que metade dos convidados já se tinha ido embora. E nem sequer pediu desculpa. “Inenarrável”, diz o jornal. Acham que é com espertalhões destes que sairemos deste buraco em que nos afundamos dia após dia?

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