quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

A França também tem uma crise social

Por razões históricas e culturais que, ao longo do processo histórico nem sempre foram as melhores, há uma relação muito intensa entre Portugal e a França. Muitos milhares de portugueses e de luso-descendentes vivem em França e, por isso, tudo o que por lá se passa nos interessa.
Hoje, os jornais franceses destacam a “irrespirable” poluição de Paris e perguntam “pourquoi on respire si mal”, tratam do “chaos centrafricain” e dos dois soldados franceses que lá morreram e anunciam a ambição bretã de participar com uma equipa na America’s Cup de 2017. Porém, os mais surpreendentes destaques da imprensa francesa nas suas edições de hoje dizem respeito à situação social por que passa o país, que é um dos pilares da União Europeia.
O jornal Midi Libre que se publica em Montpellier analisa a situação social francesa, investiga a situação da pobreza e procura compreender essa nova realidade que é “vivre avec 600 euros”, enquanto o diário Le Figaro destaca em primeira página “ces jeunes qui ne voient plus leur avenir en France”. De facto, há muitos milhares de jovens franceses que estão a deixar o país na procura de alternativas para a falta de dinamismo da sua economia e para a não criação de novos empregos, que se verifica no “hexágono”. Esses jovens, afinal tão desesperados como os jovens portugueses, espanhóis, gregos ou italianos, dirigem-se para a Suiça, para a China ou para o Qatar, mas também para os Estados Unidos, para a Austrália e para o Canadá. A Europa está mesmo mal e não se vê quem cuide dela.

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