terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Estaleiros: uns sobrevivem, outros não

Na sua edição de hoje o diário La Voz de Galicia anuncia que através de uma das suas filiais, a Pemex-Petróleos Mexicanos assumiu o controlo dos estaleiros Hijos de J. Barreras (Astillero Barreras) em Vigo, com um investimento de 5,1 milhões de euros na compra de 51% do seu capital social. O estaleiro entregara o ferry-boat 'Volcan de Tinamar' em Junho de 2011 e, desde então, passaram-se dois anos e meio sem que os estaleiros tivessem encomendas e trabalho, mas agora recuperam a sua actividade. O jornal galego anuncia que serão criados quatro mil postos de trabalho e que, desta forma, é reactivada a indústria naval espanhola. Os estaleiros Barreras ficam com trabalho garantido para os próximos dois anos, pois já estão asseguradas encomendas no valor de 300 milhões de euros, sendo um navio atuneiro no valor de 85 milhões de euros, mais três navios-tanques e um navio de apoio a plataformas petrolíferas. Entretanto, há conversações para a possível encomenda de mais três outros “grandes navios” e espera-se que essas encomendas sejam confirmadas até ao final do ano.
A menos de cem quilómetros para sul de Vigo situam-se as instalações dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) e, comparando o que se passa nos dois estaleiros, ficamos estupefactos. Uns sobrevivem e dão um acrescentado ânimo à economia espanhola, enquanto outros são extintos por um advogado investido de poderes ministeriais. Já tínhamos o tira-dentes e o mata-frades. Agora temos o mata-estaleiros. Ao contrário das autoridades espanholas que encontraram uma boa solução para o seu problema, o governo português e o ministro Branco não quiseram ou não foram capazes de encontrar uma solução e, na sua ânsia de abater o que ainda mexe, arranjaram uma saída catastrófica que passa pelo despedimento de seis centenas de trabalhadores e pela extinção da maior unidade portuguesa da indústria da construção e reparação naval. Nem sequer foram a Bruxelas pedir ajuda. Ainda não se sabe porquê, mas o Departamento Central de Investigação e Acção Penal já estará a analisar o caso após uma queixa apresentada por suspeitas de gestão danosa no processo de subconcessão dos terrenos e infra-estruturas dos ENVC à Martifer. Por favor sejam rápidos e desmascarem  esta gente.

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