quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

A França recupera as línguas regionais

A Europa foi sempre um mosaico de povos, de culturas e de línguas que, ao longo do processo histórico, se confrontaram ou se aculturaram, dando origem a uma enorme variedade de nações e línguas nacionais.  A França é um exemplo dessa evolução, pois no território francês viveram (e vivem) povos com línguas e dialectos distintos, como sucede com o bretão, o occitano, o provençal, o corso, o basco, o catalão, o baixo-alemão e alguns mais. Com o tempo, o dialeto da região de Paris – o franciano – acabou por suplantar os outros dialetos e transformou-se na base da língua oficial da França, num processo semelhante ao que sucedeu em Espanha com o castelhano, que se transformou na língua espanhola. A unificação linguística acentuou-se em França com o Decreto de Villers-Cotterêts de 1539, com o qual o Rei Francisco impôs o francês como a língua oficial  da Corte e dos procedimentos administrativos, em vez do latim que era usado até então.
O francês impôs-se mundialmente e é a língua oficial de três dezenas de países de vários continentes e, na Europa, é falado na Bélgica, Suíça, Luxemburgo e Mónaco. Porém, quando o fenómeno da globalização se acentua e tende a unificar padrões culturais, comportamentos e línguas, está a verificar-se um interesse renovado pelas línguas regionais da França, algumas das quais a UNESCO classifica como línguas em extinção.  O jornal La Croix trata hoje desse problema e revela que o governo francês aposta e apoia a promoção dessas línguas e que o número de escolas bilingues está a aumentar, sobretudo na Bretanha e na Córsega, mas também na Alsácia e no País Basco francês. Contudo, este interesse pelas línguas regionais não parece estar associado a movimentos separatistas.

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