sábado, 18 de janeiro de 2014

O impacto da tecnologia sobre o emprego

Na sua última edição, a revista The Economist escolheu as questões da tecnologia e do emprego como tema central, ilustrando-o com a imagem de um tornado a destruir um escritório. É uma imagem eloquente. Na realidade, o efeito das tecnologias sobre o emprego foi sempre muito importante e se na Revolução Industrial substituiu os tecelões artesanais pelos teares mecânicos, também na Revolução Digital dos nossos dias está a destruir muitos dos postos de trabalho que sustentaram a classe média no século XX. Há cem anos, nos países industrializados, a agricultura ocupava um terço da mão-de-obra, mas actualmente a agricultura ocupa apenas 2% da população e produz muito mais. Porém, esses trabalhadores excedentários não foram para o desemprego, tendo sido absorvidos por outros empregos mais sofisticados e mais bem pagos. A sociedade desenvolveu-se e o ser humano passou a viver melhor.
O que se passa actualmente é semelhante pois estão a desaparecer postos de trabalho em consequência da inovação tecnológica, caso dos dactilógrafos, dos vendedores de bilhetes, dos caixas dos bancos e de muitos outros intervenientes nas linhas de produção. Até agora, os postos de trabalho mais vulneráveis ​​às novas tecnologias eram os que envolviam tarefas repetitivas de rotina, mas graças ao aumento exponencial da capacidade de processamento e à presença da informação digitalizada, os computadores são cada vez mais capazes de realizar tarefas complexas de forma mais barata e eficaz do que as pessoas. Assim se gera o desemprego e se acentua um desemprego estrutural de efeitos sociais imprevisíveis. Por isso, o The Economist afirma que é preciso mais investimento na educação, nomeadamente em educação pré-escolar, uma vez que as capacidades cognitivas e sociais que as crianças aprendem nos seus primeiros anos definem grande parte do seu potencial futuro, enquanto os adultos vão precisar cada vez mais de formação continuada. Segundo aquela revista, é preciso mais inovação e uma renovada capacidade para inventar novos bens e serviços para empregar os milhões de pessoas que cairam no desemprego mas, ainda segundo o The Economist, os governos não estão preparados para isso.

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