sábado, 8 de fevereiro de 2014

A gente sem vergonha que nos governa

São cada vez mais as vozes de todos os quadrantes políticos e sociais que, com legítima indignação, se levantam contra o fanatismo ideológico do governo, contra a arrogância e a mentira, contra as promessas eleitorais não cumpridas e contra a violação dos direitos das pessoas, sobretudo dos pensionistas e dos funcionários públicos.
A voz de António Bagão Félix é apenas uma delas e na edição de hoje do jornal i, aquele antigo ministro das Finanças afirma que “para o governo tudo é matemática orçamental e as pessoas não contam”, recordando ao mesmo tempo aquilo que está escrito em todos os livros de Economia, isto é, que a Economia deve estar ao serviço das pessoas e não o contrário. O que se tem verificado em Portugal sob a direcção de um governo cheio de gente sem vergonha e sem pudor, mas com o apoio de Belém e das bancadas de São Bento, é o sistemático confisco das pensões, levando a pobreza e a insegurança aos seus beneficiários, sem que daí tenham resultado quaisquer efeitos significativos sobre a dívida e o défice.
Em Espanha, que passa por uma crise muito semelhante à nossa, o governo de Mariano Rajoy tem mostrado uma atitude bem diferente perante os pensionistas e escreveu-lhes recentemente uma carta personalizada na qual informa que, desde o dia 1 de Janeiro, as pensões foram aumentadas em 0,25% e que em 2013, apesar da difícil conjuntura económica, as pensões subiram entre 1 e 2%. A carta subscrita pela Ministra de Empleo y Seguridad Social garante aos pensionistas “que las pensiones subirán todos los años sea cual sea la situación económica y que nunca podrán ser congeladas".
O exemplo espanhol mostra a gravidade do que se passa por cá e mostra que, lamentavelmente, continuamos sujeitos à arrogância, à ignorância e à mediocridade desta gente sem vergonha que nos governa.

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