quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Moçambicanos escolhem o treino italiano

Segundo anuncia hoje a edição do diário moçambicano O País, os “italianos treinam a Marinha de Guerra moçambicana” através do trigésimo grupo da sua marinha, que compreende o porta-aviões Cavour, a fragata Bergamini, o navio-patrulha Comandante Borsini e o navio reabastecedor Etna. Este importante grupo naval, que embarca mais de mil homens e mulheres, deixou a Itália no dia 13 de Novembro para fazer uma viagem de circum-navegação do continente africano e chegou a Maputo no dia 27 de Janeiro, para materializar o acordo de colaboração técnica assinado recentemente, que estabelece actividades de cooperação naval durante dois meses e inclui acções de formação, operações de segurança marítima, diplomacia naval, assistência humanitária e a promoção da indústria italiana.
Dadas as relações históricas e culturais entre Portugal e Moçambique e, ao mesmo tempo, o seu comum empenhamento na CPLP, estranha-se e lamenta-se que o treino da Marinha moçambicana deixasse de ser feito pela Marinha Portuguesa. São conhecidas as situações de aperto por que estão a passar os países do sul da Europa, incluindo a Itália e Portugal, com elevadas dívidas externas, enormes défices públicos e altas taxas de desemprego. Apesar disto, a Itália não hesita em investir numa acção de promoção de grande envergadura, onde expressamente inclui a promoção da indústria italiana, enquanto Portugal parece nada fazer para se manter com influência junto da Marinha de Moçambique. O advogado Aguiar-Branco sabe desfazer hospitais e estaleiros, mas parece nada fazer para nos manter na linha da frente da cooperação com Moçambique, talvez porque não conheça essa dimensão simbólica e essa vocação da nossa Marinha. 

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