quarta-feira, 26 de março de 2014

Os nossos jovens com vontade de emigrar

O jornal i destaca na sua edição de hoje que, metade dos alunos do 3º ciclo do ensino básico, isto é, jovens entre os 12 e os 15 anos, já pensam em emigar. Esta conclusão resulta de um inquérito e de um estudo promovidos pela associação Empresários pela Inclusão Social (EPIS) que, segundo o jornal, terá sido apresentado hoje na Fundação Calouste Gulbenkian.
O estudo que avaliou expectativas, preferências e capacidades de estudantes de 18 concelhos, revela que 46% dos cerca de dois mil estudantes que participaram no inquérito estão convencidos de que terão de emigar para arranjar trabalho. O estudo mostra que, maioritariamente, os rapazes querem ser desportistas e as raparigas querem ser médicas, mas também tem algumas respostas para temas como o sucesso escolar, as carreiras profissionais, o desemprego, a aparência física e os hobbies, entre outros. Naturalmente que o estudo é importante para pais e professores, mas para a generalidade da população tem um sabor muito amargo. É caso para perguntar o que andam a fazer os nossos governantes que, obcecados pela obediência cega aos nossos credores – que são também nossos parceiros, nossos aliados e nossos amigos – antes sugeriram que uma geração emigrasse e agora deixam que uma outra geração já veja os caminhos da emigração como os caminhos do futuro. Que país é este que estamos a construir, onde tanta gente jovem já pensa em emigrar? Curiosamente e sem qualquer sentido das realidades, em vez de mostrarem preocupação por estarem a tirar a esperança a uma geração, os nossos governantes dizem que os sinais animadores da nossa economia já permitem inverter o ciclo emigratório. Será que acreditam no que dizem?
 

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