segunda-feira, 7 de abril de 2014

A tradição inglesa já não é o que era

Disputou-se ontem, ao longo de 6,8 quilómetros das águas do rio Tamisa, a 160ª edição da famosa regata entre as universidades de Oxford e de Cambridge e, desta vez, foi o “oito” de Oxford que venceu. Foi a sua 78ª vitória e, porque as duas equipas empataram uma vez, significa que a equipa de Cambridge tem 81 triunfos registados. Naturalmente, o jornal The Times registou o evento na sua primeira página que, curiosamente, também tem uma chamada de atenção com fotografia do treinador Mourinho.
A Oxford – Cambridge Boat Race (remo) disputa-se desde 1829, arrasta multidões e paixões e é, provavelmente, a mais antiga competição desportiva que se realiza em todo o mundo, embora haja quem queira atribuir esse atributo à America’s Cup (vela) ou até ao Wimbledon Championship (ténis). Desde há duas dezenas de anos que a famosa regata começou a ser patrocinada e se “profissionalizou”, pelo que a tradição já não é o que era. Entrou-se no domínio da alta competição e, recentemente, até o nome da histórica prova passou a ser BNY Mellon Boat Race. Com esta “profissionalização” muita coisa mudou e até a admissão naquelas universidades passou a depender não só dos méritos académicos dos candidatos, pois o seu currículo como remadores também passou a ser importante. Assim, muitos campeões mundiais e olímpicos de remo passaram a integrar as duas universidades, apenas pelo prestígio desportivo de que beneficiavam. A preparação das equipas passou a estar dependente de treinadores profissionais, de fisioterapeutas, de nutricionistas e de outros especialistas, para potenciar o seu rendimento desportivo.
A regata é uma tradição inglesa que é transmitida pela TV para todo o mundo, não sendo um exclusivo da Inglaterra, até porque este ano, dos 18 elementos que integaram as duas equipas só sete eram britânicos, havendo seis norte-americanos, dois neozelandeses, dois canadianos e um alemão.

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