sábado, 5 de abril de 2014

As eleições gerais na Índia - I

A partir do próximo dia 7 de Abril vai iniciar-se o complexo processo que são as eleições gerais na Índia, que se estenderão até ao dia 12 de Maio, isto é, durante 36 dias. Na chamada “maior democracia do mundo” irão votar 814 milhões de eleitores residentes nos seus 28 Estados federados, entre os quais haverá cerca de 100 milhões que votarão pela primeira vez.
 Os dois principais partidos em confronto são o Indian National Congress ou Partido do Congresso (INC) e o Bharatiya Janata Party (BJP). O INC é o partido da dinastia Nehru-Gandhi que tem estado no poder nos últimos dez anos e cujo candidato é Rahul Gandhi que, aos 43 anos de idade, aspira tornar-se no primeiro-ministro do país, tal como o seu bisavô (Jawaharlal Nehru), a sua avó (Indira Gandhi) e o seu pai (Rajiv Gandhi). O BJP é um partido nacionalista, com uma poderosa ala ultra-nacionalista, que tem como candidato Narendra Modi, que governou o Estado do Gujarat com sucesso durante os últimos doze anos.
Embora sejam pouco credíveis, as sondagens apontam para um resultado de 35% para o BJP e de 25% para o INC, o que significa que não haverá maioria absoluta e que terão que ser feitas coligações com os inúmeros partidos regionais. A Índia passa por um período de desaceleração do seu crescimento económico, não tem emprego para os milhões de jovens que se formam em cada ano e tem níveis de corrupção e de pobreza elevadíssimos, pelo que o eleitorado e, em especial as novas gerações, exigem mudanças na governação.
Embora por vezes se associe o INC à esquerda e o BJP à direita, no contexto indiano essa classificação não é correcta: o INC é o partido que conquistou a independência, é o herdeiro do poder colonial britânico e é secularista, enquanto o BJP é um partido nacionalista que tem por base a religião hindu e que, muitas vezes, é intolerante e radical, relativamente às minorias religiosas, sobretudo a islâmica. A enorme importância geopolítica das eleições indianas não passou despercebida ao The Economist, que pergunta: quem poderá parar Narendra Modi?

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