domingo, 13 de abril de 2014

Uma estátua para o grande Barroso. Já!

Ontem foi um dia de consagração para o actual presidente da Comissão Europeia, que nunca ouvira tão  fartos elogios numa conferência intitulada “Portugal: Rumo ao Crescimento e Emprego. Fundos e Programas Europeus: solidariedade ao serviço da economia portuguesa”, que decorreu em Lisboa na Fundação Calouste Gulbenkian. Nós estávamos habituados a eventos de grande qualidade nas instalações da Gulbenkian, sobretudo exposições e concertos, mas desta vez aquele espaço foi utilizado para uma sessão de circo, com alguns artistas de nomeada. O espectáculo serviu, simultaneamente, para alimentar a ambição política do Zé Manel – o regresso do cherne – e para uma acção de campanha eleitoral da coligação que nos governa. Barroso auto-elogiou-se, elogiou Coelho e ouviu elogios de Cavaco: “Posso testemunhar, como poucos, a atenção que o dr. Durão Barroso sempre prestou aos problemas do país e a valiosa contribuição que deu para encontrar soluções, minorar custos, facilitar apoios e abrir oportunidades de desenvolvimento”. Foi uma bajulação impensável. Não merecíamos tal espectáculo de hipocrisia política!
Barroso tem um longo e bem conhecido historial político. Apoiou a invasão do Iraque com base nas armas de destruição que Sadam Hussein não tinha. Virou-nos as costas para ir para o tacho em Bruxelas. Vergou-se aos alemães e calou-se com o seu esvaziamento de poderes na Comissão Europeia. Alinhou na austeridade que está a abalar os países do sul da Europa. Sabia o que se passava no BPN e diz ter avisado Constâncio, mas promoveu o branqueamento das ligações dos seus amigos a esse mesmo banco. Etc.
Barroso anda agora entusiasmado e atarefado a procurar o seu emprego para o futuro. Usou uma entrevista à SIC e ao Expresso para contrariar a imagem do primeiro-ministro que fugiu para Bruxelas e que esteve do lado dos credores e contra os pensionistas portugueses. Agora organizou a tal conferência-espectáculo, onde se comportou como um intransigente defensor de Portugal e dos portugueses.
Barroso merece nada menos que uma estátua! E porque não uma estátua em cada uma das 28 capitais da União Europeia porque, como Cavaco afirmou, “Portugal e os Portugueses, tal como os outros Estados-Membros, muito lhe devem.”
Só nos faltavam estes cromos...

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