terça-feira, 13 de maio de 2014

A sopa dos pobres está nas ruas de Lisboa

Ontem pelas 20:00 horas, no Largo dos Caminhos de Ferro em Lisboa, em frente da Estação de Santa Apolónia e ao lado do Museu Militar, uma fila com cerca de três dezenas de pessoas esperava a sua vez para receber uma refeição, que alguns jovens distribuiam. Foi uma impressionante cena que fotografei, reveladora da quase tragédia social a que nos conduziram as políticas que têm sido impostas pela troika e que os nossos governantes têm escrupulosamente cumprido sem qualquer sensibilidade social. Não era gente sem abrigo. Era gente com fome. Era a sopa dos pobres nas ruas de Lisboa.
Quando há menos de um mês, durante a sessão evocativa dos 40 anos do 25 de Abril que se realizou na Fundação Gulbenkian, o ex-presidente Ramalho Eanes disse que “a unidade [nacional] não se mantém com este nível de desemprego, de miséria e de portugueses com fome, que é uma coisa que nos ofende e que não deveríamos permitir", até poderia ter havido quem pensasse tratar-se de uma figura de retórica. Mas ontem, em frente da Estação de Santa Apolónia e ao lado do Museu Militar, estava ali à vista o retrato de uma realidade de que os jornais e os jornalistas não falam, exactamente no mesmo local onde há poucos dias tinham atracado os grandes navios de cruzeiro internacionais e tinham desembarcado milhares de turistas endinheirados, para gáudio dos que só pensam “nas nossas exportações”. Tudo isto nos ofende, tudo isto nos envergonha. No mesmo dia há uma sumptuosa comitiva presidencial que se passeia pela China a esbanjar o dinheiro dos nossos impostos e da nossa desgraça social, enquanto está anunciada uma reunião magna da troika em Portugal que, sobre os destroços da batalha que conduziu, vem celebrar a sua vitoriosa campanha de empobrecimento nacional e vergar-nos à sua arrogância com a nossa submissão. Apesar deste quadro de desolação está a decorrer uma gigantesca campanha de propaganda a enaltecer os méritos de uma governação que é responsável pela cena que ontem fotografei em frente da Estação de Santa Apolónia e ao lado do Museu Militar.

13 comentários:

  1. É nosso dever cívico e ético fazer espalhar estas imagens porque há muita gente que diz que é só propaganda.
    Porque estamos todos a deixar e a permitir que estas coisas aconteçam?Que nos pilhem como piratas sedentos?

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  2. Mas há 40 milhões de euros para dar à Guiné Bissau! !

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  3. Deus me perdoe e com todo o respeito pelas pessoas incapacitadas para trabalhar (porque para quem pode e quer, há trabalho!) gostava de saber se estas pessoas que dizem não ter dinheiro para comer se têm ou não carro, televisão, telemóvel e internet. É que actualmente muitos vivem com as prioridades trocadas... enfim. Um governo que nos obriga a sacrifícios em vez de dar subsídios com o dinheiro que não tem é um governo minimamente sério acreditem.

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    1. Totalmente de acordo,eu respeito os deficientes que nao poden trabalhar,mas para muitos,especialmente esses que teem familia e os mais jovens,trabalho nao falta,nem que seja na agricultura,ou mesmo o estrangeiro,Europa e uma familia como viver em casa a dois passos,muitos desses beben fuman e toman drogas,so esperando pelos caidos,sem qualquer responsibilidade de vida,mas isso e global,pessouas sem sonhos.

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    2. Enquanto há algns Capitalistas e são eles 1% DA POPULAÇÃO, predadores do Planeta terra a correr vertiginosamente para a sua extinção: entretanto divertem-se na sua opolência, gastando milhares de milhões e esquecem-se que põem a sua própria descendência em risco.
      Os milhares de milhões que temos de pagar pelo BPN e BES.
      Entretando estes anónimos sentem-se lesados por quem não trabalha.... por que não os identificam....

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  4. Estou no estrangeiro infelizmente porque me vi obrigada a isso, pois para dar um pouco da qualidade de vida aos meus filhos, mas não pensem que é facil a vida de emigrante, falam sem saber pois existe muita fome infelizmente em Portugal.e no estrangeiro não está facil arranjar trabalho, muita procura também

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  5. É preciso esclarecer a foto que se vê e enquadrar a mesma na realidade e não apenas olharmos para o que se pensa ser a realidade.
    Eu trabalho exactamente nesse local onde essa foto foi tirada e posso dizer que a grande maioria das pessoas que habitualmente se servem da chamada sola dos pobres não constituem como sem abrigo, pedintes os miseráveis.
    Estamos a falar de pessoas que diariamente se dedicam à indigência, pessoas que não querem trabalhar, pessoas que se dedicam a arrumar carros intercalados por garrafas de litro de cerveja.
    São pessoas saudáveis com corpo para trabalhar, não o fazem porque trabalhar faz calos, obriga a disciplina.
    É mais fácil andar a arrumar carros e a beber vinho ou cerveja enquanto se encostam as paredes esperando ou dia passar para depois irem receber a merecida refeição que as duvidosas e sabe Deus com que intenções instituições se deslocam a este e outros locais para fornecer.
    Quem passa neste local não observa só isto, pode observar também a insegurança, as constantes cenas de pancadaria com armas brancas à mistura.
    É uma vergonha que está gente esteja a ser a alimentada simplesmente porque não quererem fazer nada, porque preferem passar os dias sentados nos degraus da estação se santa Apolónia a fumarem charros e ingerir álcool enquanto pelo meio vão arrumando uns carros e vendendo uns "produtos".
    Depois coitadinhos são sem abrigo ou são desempregados que nada tem, quando ao fim do dia o lucro que tiveram na venda de "artigos" e arrumar de carros é superior ao que o cidadão comum ganha no seu emprego.
    E sim, há um terminal de cruzeiros mas nem mesmo assim se acaba com esta pouca vergonha que é deixar estes parasitas que vivem de negócios menos claros e de subsídios que todos nós pagamos.
    Vejam e observem as brigas, o sacar de navalhas, o perigo e o clima de insegurança que se vive causados por estas vítimas da sociedade.
    É uma vergonha como o estado maior do exército autoriza que no seu parque de estacionamento venham montar autênticas tendas de campanha para dar de comer a estes parasitas.
    O mesmo se passa no espaço propriedade da infraestruturas de Portugal.
    A polícia que não existe e que permite que este local de Lisboa se tenha transformado num local de tráfico.
    Vão ao local e experimentem estar a fumar, deixem quem um desses coitadinhos lhe peça um cigarro e recusem e vão ver as coisas lindas que lhes vão chamar e as ameaças que vão sofrer.
    e já agora se não sabem alguns desses mendigos tem prédios à renda e reformas tudo menos modestas.
    Passem na estação de Santa Apolónia e aproveitem para falar com os seguranças da estação, os problemas que tem com estes Coitadinhos, as ameaças de morte e os desacatos.
    Experimentem também perguntar a algumas desta vítimas se a troco de uns 20 euros lhe lavavam uma escada e vão ver a quem eles a mandam lavar.
    É preciso presenciar e saber mais sobre que mendigos são estes, se são de facto pessoas necessitadas, pois não são não.
    e já agora convidava a polícia a fazer uma rusga ao local, provavelmente irá encontrar alguma gente que à muito devia estar em reclusão e que estão dados como fugitivos.

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    1. Se não quer olhar para o pais pode o fazer á vontade, já começa a existir poucas pessoas que acreditão nesta balela que o senhor está a dizer, pois pode existir um ou dois assim, mas a maioria já começa a viver desesperada.

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  6. ...AINDA HÁ MUITA GENTE A PENSAR QUE NEM BESTAS... ...LE-A OS COMENTÁRIOS ANTERIORES.!!!

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  7. O pingo doce paga a 1,30E/hora é muita dignidade para um escravo... vamos lá procurar trabalho do churudo que há por aí a rodos... isto é tudo uma cambada de gente calona... quem quer saber da elite que nos controla e nos escraviza isso é coisa de gente maluca bem haja a todos que estão em busca da paz!

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  8. Para aqueles que se fazem de cegos, aqui ficam imagens elucidativas! Mas também as podem encontrar durante o dia, na Almirante Reis, aos Anjos, na "sopa do Sidónio", ou na baixa de Lisboa, ao fim da tarde e à noite, todos os dias. Não há dúvida de que Portugal está melhor, para este governo do Passos, do Portas e Companhia!

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  9. Uma desolacao, uma ofensa ah dignidade humana, uma vergonha nacional, um reconhecimento pela denuncia que tambem publiquei na minha pagina do facebook. Grata e eu nunca deixei de ajudar e tb sou reformada do Estado quase ordenado minimo nacional sem quaisquer ajudas a nao ser de DEUS que nunca deixou que passasse fome...deixo lagrimas e bencaos. (funciono com um teblet em 2a mao, pq meu computador nao tem mais arranjo e eh isto que me mantem kigada ao resto do mundo e pessoas., porque com 62 anos tuve de sair e sozinha de Lisboa que me viu nascer e onde passei toda a minha vida para poder pagar uma renda ate 200€ e poder manter-me sem "ainda" depender das ajudas de. Instituicoes. Tenho minha pre reforma tambem congelada ha 4 anos ou mais ja nem sei...

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  10. Sinceramente se fosse por mim acabava com isto a "Sopa Dos Pobres" acho imensa graça as pessoas que estão la a dar o alimentos, que são mesquinhas até ao tutano, já para não dizer, que mais vale dar dinheiro as pessoas em vez de alimentos, eu pelo menos penso assim, alimentos é fazer as pessoas dependerem disto, ja para não dizer muitas coisas, que acho graça também quando vejo as pessoas nisto "Sopa Dos Pobres" mas mesmo assim dão se ao trabalho de ir buscar as coisas de carro, fantastico, quanto ao comentario mais acima, deve ser uma pessoa que de certeza até tem bom emprego que por sinal, daqueles que até se queixa muito se lhe tirarem um pouco do salario e mesmo assim deve dar-se ao trabalho de ir a manifs já que deve estar muito aborrecido.

    Deliro com pessoas que também tem essas teorias a serio, que apesar de tudo tem os benefícios todos,ganham bem e ainda se queixam, e quando dizem que o pessoal nao quer trabalha, analisem bem a realidade

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